Fazer o que? Sou maniática mesmo. Temperamental, impaciente, explosiva, elétrica, bagunceira, perfeccionista, desconcentrada, irritada e irritante, mal humorada, desligada, esquecida e exigente.
Não sei como me aguentam os póbixo que vem prá cá fazer cursos, trabalhar, horsemanshipiar, estagiar, treinar ... Eles chegam de tudo que é lugar, com tudo que é sotaque e costume, tem os que tomam até chimarrão gelado ! Vixi! Tem mineiro, brasiliense, paulista, carioca, corintiano, guasca de fora, marciano, fessora, engenheiro, peão, acreano, matogrossense...cosa linda!. E é bronca prá tudo que é lado, me esbugalho até a garganta doer! Juro que não tenho prazer ao ver olhos esbugalhados de terror, caras pálidas e tremedeiras quando eu chego (tá bom, tá bom...admito que um pouquinho tenho...).
Chego a achar até graça quando ouço comentários gente que não me conhece bem, olhando algum trabalho meu, colocando um cavalo no partidouro ou num reboque, que é preciso muita paciencia para fazer isso, que eu tenho muita paciencia. Nossa, fico até com pena dos meus alunos... eles são vitimas diariamente da minha paciencia, que cabe num dedal, da Barbie. Fila de 2 é caso de suicídio para mim, prestar atenção em algo que não venha do cavalo por mais de 1min, só sob efeito imediato de hipnose ou por ordem da Dra. Rita Lina, diretora geral para assuntos extrainteressemeu.
Mas tudo tem um porque...não uma desculpa, mas um porque.
As broncas são sempre por uma causa, porque tenho pressa porque quero que meus alunos não percam tempo, que aprendam rápido, para aproveitar ao máximo todo o potencial do cavalo, tudo o que o cavalo tem a oferecer e que a gente por não saber não aproveita.
Que vergonha eu tenho hoje do Átila, Aragano, Maestro, Oliver, Maisk.... imagino eles com tanta coisa para me contar, para dividir e eu surda...
Quanta coisa maravilhosa deixei de fazer com eles além de montar, treinar e competir.
Hoje acho que quem se contenta apenas com um cavalo objeto e não sabe a inteligencia que ele possui é como casar só prá ter sexo, é bom, mas não é o suficiente, e chega uma hora que vem o vazio, ai vai procurar em outro lugar, deixando o pobre em casa, ou no caso, na baia... quanto desperdício.
Praia da Extrema, 40 graus...
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