quarta-feira, setembro 22, 2010

VARIAÇÕES SOBRE O MESMO TEMA

Buenas...
Vou contar um pouco sobre alguns cavalos que estou(tive) trabalhando por esses dias, no final eu conto porque... Aqui vai...


1. Alan Bates Casco

Potro PSI de corrida, 2 anos, xucro comprado em leilão. Lindo e muito valorizado. É filho e um garanhão complicadinho, que produz potros de temperamento bem forte com acentuada tendencia a explosão caso lhe apertem os calos...ou melhor, os cascos. Parece que o dito papi matou um tratador, arrancou o braço de outro e alguma outra coisa pelo caminho.... Foi indicado para compra com a recomendação que fosse domado por mim. Cá está ele...na minha casa...iniciando os trabalhos


Finalidade - corridas

Dono - típico dono de cavalo de corridas . Adora corridas.


Meu primeiro encontro - muito bem educado onde foi criado com certeza, embora temperamental é bem sereno. Todo o manejo com ele é fácil...fora a cabeça e rodar na guia. Na menor pressão que sentiu tentou passar pela fresta entre as tábuas do meu redondel. Obs. chegou com buçal de corrente.

2.Hanibal Pitanguy Garanhão crioulo 5 ou 6 anos, tentou fazer uma redução de barriga em seu proprietário a dentadas... Fui chamada porque estavam preocupados que com esse comportamento agressivo dele não seria confirmado, não iria marcar (coisas da raça....), ou seja, não poderia fazer filhinhos registrados caso ele tentasse comer o juiz no momento da prova.



Dono - criador e treinador de cavalos de laço. Antes quebrador de queixo hoje encantado com a doma gentil e horsemanship. Quer se redimir de todos os erros cometidos no seu passado. Ama cavalos e tem muito interesse e pressa de aprender como fazer o melhor e o certo.
Objetivo - servir como reprodutor da cabanha

Meu primeiro encontro (e último pois no outro dia foi a aprovação de garanhões...) - negrão lindo de morrer, fortíssimo, vem trazido com um buçal de corrente que me lembrou aquelas que seguram a ancora dos navios de cruzeiro. Pensei em pedir prá ele que fizesse uma lipo leve na minha barriga e um pouco dos culotes...mas achei melhor não... vá que ele errasse na medida e me tirasse o baço junto...

3. Amy Winehorse Potra 3 anos, PSI. Essa é de pedra. Montar nela é um ato diário de fé no horsemanship. Dispara por qualquer coisa a qualquer momento, seja a perna que se moveu 1cm do lugar que estava, a areia tocando nas suas patas, o próprio rabo se mexendo de maneira estranha, a mudança de tonalidade da folha da pitangueira, algum pensamento que passe um pouco mais rápido na cabeça do seu cavaleiro, a queda da bolsa... O interessante é que não tem nada a ver com o ambiente só com a pessoa que está montando. Quando não há ninguém em cima, é uma criatura muito amável e tranquila...



Dono - amazona de salto, querida aluna e adepta do horsemanship, apaixonada por cavalos.
Objetivo - hipismo

Meu primeiro encontro - ela desce numa boa de um caminhão boiadeiro mais baixo que ela, com umas ovelhas por entre suas patas e uma capa enrolada no seu pescoço. Reza a lenda que depois que saiu do hipódromo (vendida porque era ruim demais para correr..) foi trabalhada por um gáucho um tanto rude (= fidaput). No primeiro dia de trabalho dela no redondel deu tantas voltas correndo a milhão que achamos uma ossada de dinossauro no local depois do trabalho dela.
Então, 3 histórias bem diferentes, 3 tipos bem diferentes uns dos outros. Tudo diferente idade, temperamento, raça, utilização, tipo de problema, tipo de dono...

Mas o que me faz cair todinhos os butiás do meu bolso é o fato de que esse trio tão heterogêneo assim tem exatamente a mesmíssima causa para todos os seu problemas:

MEDO E DOR!

Coisa né?

4 comentários:

Liziane disse...

Apesar da história desses queridos amigos (os cavalos, claro) ser muito triste e cheia de dor, medo, pancadaria, chute no saco e dedo no olho (vale-tudo é pouco...)

Teus textos são tão irreverentes, que me peguei dando gargalhadas sozinha, mesmo lendo sobre essa desgraceira toda!!
Tá na hora de isso virar livro!

Denise Bicca Fernandes disse...

Bah bem que eu queria plantar um livro, escrever um filho e criar uma árvore.... mas a inércia me atrapaia!

Denise Bicca Fernandes disse...

Bah bem que eu queria plantar um livro, escrever um filho e criar uma árvore.... mas a inércia me atrapaia!

Anônimo disse...

Pois é, coloquei um comentario a pouco tempo sobre um cavalo 10 anos q to domando,ele é manso por natureza e eu cada vez q pego ele sempre dou ou açucar ou rapadura e muita paciencia também, mas tem cavalo que são caborteiro, eles tem é medo da gente e não é facil mesmo, domei um que tinha 5anos, ficou velho e nunca se amanso debaixo, toda vez de encilha, era aperta a chincha e ele corcoveava.....

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