terça-feira, agosto 03, 2010

Historinha

Tenho uma parceira maravilhosa, que volta e meia me inspira e me dá lições de vida.

Ela é incansável, tem uma força e uma segurança de dar inveja! A confiança que a criatura tem em si mesmo é a coisa que mais me encanta e inspira. Ela é uma guerreira, uma lutadora! Teve uma infância super difícil, foi abandonada, passou fome, ficou doente...mas vocês pensam que isso a deixou amarga? Naaahhh ! Pelo contrário, é alegre e alegra a todos os que a rodeiam.
Baixinha e gordinha como eu, não dá bola prá tamanho nem forma, se acha a rainha da cocada, o último pedaço de Toblerone da caixinha (Bono, Bis, Ferrero Rocher...)

Pessoal, conheçam minha parceira de todas as horas,

TINGAAAAAAAAAAAAAAAAAA
Peguei essa coisinha num lixão da Restinga, por isso o nome. Na verdade ela me pegou! Era ela e um irmãozinho...de língua de fora, no sol do meio dia.... parei...desci do carro...o mano dela prendeu o pé, assustado. Eu pensei quase aliviada, não vai dar prá pegar...são ariscos... Que nada! Ela veio a trote na minha direção, rindo de felicidade! JURO! Tava rindo sim! Agarrou com unhas e dentes, na verdade com lambidas e balançadas de rabo o bilhete premiado que a a sorte estava lhe oferecendo.







Desde aquele dia nunca mais saiu do meu lado, só em último caso...Ela circula por ai comigo e tem livre acesso a muitos locais, as vezes fico pensando até se não é por causa dela que me deixam entrar em alguns deles.

Minha família canina consta também de 3 Whipets, conhecem a raça? São aqueles galgos, magérrimos (alguém aqui em casa tinha que ser né?), máquinas de velocidade, os puro sangues ingleses caninos. São eles a Francisca Josephine, a Nina Rosa e o Lancelot Júnior Bicca Fernandes, mas podem chamá-los de Fran (Franz, Pandus, Pandulho, Pandulinho), Nina (Ninão, Ninus, Mininus, Ninalah) e Lance (Lancinho, Lancilinho, Linci, Linnus, Limbus). Há também entre nós um Cane Corso, o Bóris Fernandes (Bobo,Bobus, Bobão, Borisbabão), mas este não entra no causo hoje.
Pois bem, quando chego em casa com a família toda, depois de dar uma banda de carro até o super prá comprar a pipoca ou o Fandangos nosso de cada dia para a janta, gosto de soltá-los na porteira para que nos 800m da estrada que leva até nossa casa, os galgos possam fazer o que eles mais gostam de fazer depois de dormir, que é correr e mijar em qualquer coisa que encontrem no caminho e depois correr a toda velocidade até o próximo arbustinho, mijar de novo e assim por diante. Eu vou seguindo de carro atrás, curtindo cada minuto do meu final de dia.

Pensem em animais extremamente competentes na arte de correr à milhão, são os whipets, chegam a atingir até 65km/h! E a Tinga...ah a Tinga! Ela corre junto! Emprega cada fibra muscular, cada hemácea do seu sangue, cada articulação de seu corpo até o seu limite na sua tarefa de alcançar a matilha. Só prá dar uma idéia aproximada do handicap que tem o trio sobre a Tinga, a proporção do galope é de aproximadamente 9 lances da Tinga para 1 dos galgos...

É incrível ver aquela coisinha peluda a milhão (o milhão dela né?) atrás dos 3 frechas ligeiras...as orelhas voando, a boca aberta ... ela tem absoluta certeza que dessa vez vai dar, dessa vez ela vai ganhar. Na vez anterior não deu por que eles saíram adiantados, o buraco atrapalhou, tava desprevenida... Ela nunca esmorece, nunca se mixa. É uma fera!

AH quanta coragem e aguerrimento cabem num frasquinho tão pequenino. Bota respeito nisso. Afinal, fácil é galgo correr como corre né!? Não fazem mais que o que nasceram prá fazer... quero ver é você, perninha curta, topar uma carreira dessas e olhar de igual prá igual prá eles!

Então....Muié Esopa...diz

O importante não é chegar em primeiro prá mijar no arbusto ... mas sim dar o máximo prá chegar lá...se mijou por último, caprichar mais pro próximo!

MAIS QUE VENCER, É COMO VOCE LUTA QUE IMPORTA.

2 comentários:

Ester disse...

Tinguinha lindaa, que eu admiro muitooo!!! Saudades Denise, saudades Tinga!!! Bjuss miiill!!!

causidicogremis disse...

Tiiiiinnnggaaaaaaaa!!!! Me lembro a primeira vez que a vi. Hípica PJ. Vinha ela ao lado da dona. Calma, segura e desenvolta a caminhar pelos corredores das baias. Na hora de esperar que a dona embarcasse meu cavalo (Santo Apache) no reboque, ela sentada assistindo a tudo e "dizendo" com os olhos: "isso eu já vi muitas vezes. Vai ser moleza." Gostei da historinha. Bela homenagem.

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