Lembrei de uma frase que minha mamis dizia às vezes , na maioria delas pro meu pai num domingo em que ele dizia que ia fazer o churrasco para ela "sair da cozinha":
- "é o ajutório que me atrapalha."
Como falei, resolvi trabalhar novamente no Jockey Club do RGS com um cavalo traumatizado no partidouro.
Tem um treinador que não é violento, e gostei do jóquei, é tranquilo e gosta (!) de cavalos. O proprietário é um criador que mostra ter uns quantos neurnios dentro do cérebro da cabeça dele...além do mais eu não aprendo e a esperança é a última que morre.
Mas é brabo. A primeira coisa que ouço ao descer do carro é o estalo de um chicote e "eita cascarra fiádaspu, matungo fedorento". Ai vejo aquelas cenas tristes de sempre na raia que me fizeram pensar na possibilidade de ir trabalhar com algodão nas orelhas e de anteolhos .
Bueno, seguindo o baile. Converso com a turma do cavalo.
- foi a luz, refletores, os outros cavalos.
- não quis entrar no partidouro... foi colocada uma venda nos olhos para entrar...mas ai quando tiramos ela e ele se viu lá dentro {exatamente onde ele tinha medo de entrar (!)} , colou as placas, tentou passar pelo meio das grades e se machucou (dã). Mas ele nunca foi judiado.
- depois nós tentamos colocar ele preso pelo buçal de corrente. firmamos, e quando ele se atirou prendemos bem o buçal e ele ficou se debatendo mas não conseguiu sair.
Ok. Vamos colocar os pingos nos is. A intenção do grupo é de ajudar o cavalo e pode ser também de não judiar dele. Mas acaba que é exatamente o oposto que acontece. Judiaria e atrapalhação.
De boas intenções o inferno está cheio.
É impressionante como o homem subestima o que é dor, desconforto, medo no outro e se o outro em questão for um cavalo, nem se fala. É o véééélho ditato: "Pimenta nos olhos dos outros é colírio." Versão da muié: "Buçal de corrente na cabeça do outro é boina."
Mas vamos lá. A turma (treinador, jóquei, proprietário) é tranquila. O cavalo é extremamente positivo e inteligente. Hoje sai já achando que talvez a luz que vejo no fim do túnel pode não ser um trem.
quarta-feira, junho 15, 2011
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Um comentário:
Bom dia Denise e parabéns sempre pela forma como tu colocas as informações no blog, tudo esmiuçadinho, hehehe. Mas, o que eu concluo de tudo isso e dessa forma com muitos trabalham, é que se perdem muitos campeões.Muitos cavalos que poderiam ter uma carreira esportiva longa e sadia, tem sua história abreviada por motivos humanos, e não motivos cavalares.Creio que o retrabalho em cima disso seja um tanto maior e mais dificultoso, do que um início bem feito e bem conduzido. Me corrija se estiver falando besteira...Grande abraço
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